22 julho 2020

Como superar as Injustiças?



Ao longo da vida, todos nós passamos por sofrimentos, dores e aflições. Algumas dessas coisas acontecem por nossa própria culpa, mas algumas são causadas por outras pessoas ou ainda adversidades que julgamos injustas.

A Bíblia narra inúmeras histórias de pessoas como nós e que sofreram com situações de injustiça. Um desses que sofreu muito por causa dos erros de outras pessoas foi JOSÉ DO EGITO.
  • Na infância seus sonhos eram motivo de zoação e descrédito;
  • Na adolescência foi vendido como escravo pelos próprios irmãos;
  • Sofreu assédio pela esposa do seu chefe (dono);
  • Foi preso por vários anos por um crime que não cometeu.
José tinha todo o direito de reclamar da vida e dizer: 
Por que eu? O que foi que eu fiz? Por que isto está acontecendo comigo? 

Um outro exemplo de alguém que sofreu injustamente na vida foi DAVI:
  • Na infância era menosprezado por sua estatura e aparência;
  • Mesmo após ser ungido para Rei, vencer Golias, se tornar General do Exército e conquistar inúmeras vitórias para Israel, sofreu com o ciúme do Rei Saul, foi perseguido, caçado e exilado por vários anos.
Davi também tinha todo o direito de reclamar da vida e dizer: 
Por que comigo? Era pra eu ser o Rei? Por que isto está acontecendo comigo? 

E não poderia deixar de citar o exemplo do próprio JESUS:
  • Filho de Deus, cumprimento da Promessa, Rei, Profeta e Sacerdote, a imagem visível do Deus invisível, foi perseguido, traído, preso, condenado entre os piores malfeitores e morto da pior forma que existia em sua época.

Esses exemplos nos ajudam a perceber, pelo menos, dois aspectos da nossa realidade:

1º) NÃO SOMOS OS ÚNICOS A SOFRER COM INJUSTIÇAS!
  • Injustiças são sinais da queda, desde Gênesis 3.
  • Injustiças são oportunidades para experimentarmos Deus.
“No mundo, vocês passam por aflições; mas tenham coragem: eu venci o mundo.”
(João 16.33) 

2º) PERGUNTAR-SE NESSES MOMENTOS: POR QUE COMIGO? O QUE EU FIZ PARA MERECER ISSO?
  • Revelam autocomiseração, e não, autoconhecimento!
  • Demonstram pouco ou nenhum entendimento da real condição humana. SOMOS TODOS PECADORES, e como tais, estamos separados da glória de Deus, e podemos experimentar a morte em todas as suas facetas! (Romanos 3.23 e 6.23)
  • Indicam um traço cultural que precisa ser redimido: a tendência de sermos REATIVOS ao invés de PROATIVOS!

A Bíblia revela o final dessas histórias
e elas chegam para nós como PALAVRA DE DEUS.


O que deveríamos nos perguntar, na verdade, é: 

“COMO POSSO EXPERIMENTAR O AMOR DE DEUS NESSA SITUAÇÃO? ” 

HÁ QUATRO VERDADES SOBRE QUEM DEUS É
REVELADAS NA HISTÓRIA DE 
JOSÉ DO EGITO QUE NOS FAZEM PERMANECER FIRMES E CONSTANTES EM MEIO ÀS INJUSTIÇAS


A história completa de José, filho de Israel, se encontra em Gênesis dos capítulos 37 a 50.

1ª - DEUS SABE E ESTÁ PRESENTE!


Nem o cativeiro, nem as injustiças, nem as aflições e dores de José eram ocultos a Deus. Ele Sabe de todas as coisas.

Muitas vezes temos a sensação de que estamos sozinhos. Mas isto não é verdade. Deus está sempre por perto. José não se sentiu abandonado por Deus. Ele sabia que Deus observava tudo o que estava acontecendo.

"Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente nas tribulações".
Salmos 46.1 

A Bíblia também afirma que nada foge do seu olhar, ele não dorme nem cochila. Ele é Deus de perto e também de longe – nos afirma o profeta Jeremias. (Jr. 23.23)


2º - DEUS SE IMPORTA


Deus nos ama e deseja o nosso bem. Ele não tem prazer em nosso sofrimento. Ele se importa com a nossa dor.

"Tão certo como eu vivo, diz o Senhor Soberano, não tenho prazer algum na morte dos perversos. Antes, meu desejo é que se afastem de seus maus caminhos, para que vivam".
Ezequiel 33.11 

No tempo certo ele muda as coisas. Mas enquanto isso não acontece Ele nos consola e sustenta. José sabia que Deus o amava e que se importava com ele.


3º - DEUS PERMITE


Uma das coisas mais impressionantes em Deus é a liberdade de escolha que Ele mesmo concedeu à Humanidade. Não somos fantoches! Somos imagem e semelhança de d’Ele, e como tais, seres com liberdade de escolha.

Deus respeita, preserva e age dentro dessa liberdade que Ele mesmo nos deu. Deus até permite que coisas ruins aconteçam, mas, por um tempo determinado! Não é sua vontade, mas, a permissão de quem criou e preserva a liberdade de escolha!

"No passado, ele permitiu que as nações seguissem seus próprios caminhos, mas nunca as deixou sem evidências de sua existência e de sua bondade. Ele lhes concede chuvas e boas colheitas, e também alimento e um coração alegre”.
Atos 14.16-17 

José sabia que Deus permitiu o seu sofrimento, mas, também sabia que era passageiro.


4º - DEUS É SOBERANO


Nada acontece por acaso, assim como, nada acontece sem a permissão de Deus! Isso significa que os planos de Deus são perfeitos, e que sua vontade é boa, perfeita e agradável, de modo que, ainda que coisas ruins aconteçam com pessoas boas isso não frustra os planos e estatutos de Deus.

"Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, 
daqueles que são chamados segundo o seu propósito". 
Romanos 8.28 

José sabia que Deus daria um fim ao seu sofrimento e que isto aconteceria no tempo de Deus e no jeito de Deus. José viu claramente a mão de Deus e declarou isto aos seus irmãos anos mais tarde.

"Vocês planejaram o mal contra mim, mas Deus o tornou em bem, 
para que hoje fosse preservada a vida de muitos". 
Gênesis 50.20 

A BÍBLIA NOS ENSINA LIÇÕES PARA O ENFRENTAMENTO DAS
INJUSTIÇAS DA VIDA.
QUE LIÇÕES PODEMOS APRENDER COM A HISTÓRIA DE JOSÉ DO EGITO?


PARA SUPERAR AS INJUSTIÇAS DA VIDA

1 – NÃO SINTA PENA DE SI MESMO. OLHE PARA DEUS!


Autocomiseração significa, literalmente, compaixão por si mesmo. É sinônimo de autopiedade – sentimento de complacência (pena) em relação a si mesmo e ao seu próprio sofrimento. A Síndrome do Coitadismo, ou como é mais conhecida na psicologia: o Vitimismo, segundo Augusto Cury, leva ao abandono de si mesmo tornando a solidão quase incurável. É uma espécie de autosabotagem que pode ser altamente destrutiva fazendo parecer que a solução dos problemas é praticamente impossível!

Em nenhum momento lemos na história de José que ele se alto sabotou, assumindo a condição de vítima ou coitadinho. Pelo contrário! Por diversas vezes a Bíblia afirma que “o Senhor era com José”, e, “o que ele fazia o Senhor prosperava em suas mãos”.

Quando acuado pela mulher de Potifá, as palavras que ouvimos de José são:

“Ninguém desta casa está acima de mim. Ele nada me negou, a não ser a senhora, porque é a mulher dele. Como poderia eu, então, cometer algo tão perverso e pecar contra Deus? ”
Gênesis 39.9 

José demonstrou que para superar as injustiças da vida é preciso OLHAR para Deus e não desviar o olhar nem para a direita, nem para a esquerda!


2 – NÃO TOME DECISÕES PRECIPITADAS. BUSQUE A DEUS!


José enfrentou a injustiça pelas mãos dos seus irmãos que o venderam, e, não bastasse isso, agora está preso injustamente por um crime que não cometeu! Ele foi fiel ao seu senhor e ao seu Deus, e ainda assim, foi injustiçado!

Ele poderia ter tomado a decisão de abandonar sua fé, negar o seu Deus, olhar para trás e amaldiçoar sua família, seus valores e crenças! Afinal, sonhava que um dia seria rei, mas, agora era um mísero estrangeiro fora da lei.

A Bíblia nos diz que:

"José ficou na prisão, mas o Senhor estava com ele e o tratou com bondade, 
concedendo-lhe a simpatia do carcereiro. Por isso o carcereiro encarregou José de todos 
os que estavam na prisão, e ele se tornou responsável por tudo o que lá sucedia. 
O carcereiro não se preocupava com nada do que estava a cargo de José, 
porque o Senhor estava com José e lhe concedia bom êxito em tudo o que realizava".
Gênesis 39.21-23 

José nos ensina que para superar as injustiças da vida precisamos BUSCAR a Deus, mesmo no tempo da adversidade. Ele poderia ter “chutado o balde”, mas, a Bíblia é categórica em nos afirmar que o Senhor permanecia com José, e ele estava debaixo da bênção de Deus. Um resultado direto daqueles que não se precipitam em tomar decisões baseadas em seus sentimentos, mas, esperam no Senhor, o buscam de todo o coração, e o encontram!

Recomendo a releitura do Salmo 1º que nos ensina bem porque a Bíblia diz que o Senhor era com José!
LEIA O SALMO 1º 


3 – LUTE CONTRA A AMARGURA. DEPENDA DE DEUS!


Depois de preso injustamente, a boa mão do Senhor permaneceu com José mesmo na prisão. A Bíblia nos conta que o chefe dos copeiros de Faraó se torna companheiro de cela de José. Ele teve um sonho, José interpretou e do jeito que José interpretou aconteceu. Dizem os versos 14 e 15, do capítulo 40 de Gênesis:

Quando tudo estiver indo bem com você, lembre-se de mim e seja bondoso comigo; 
fale de mim ao faraó e tire-me desta prisão, pois fui trazido à força da terra dos hebreus, 
e também aqui nada fiz para ser jogado neste calabouço”. 

Contudo, a história continua e os versos seguintes revelam que o chefe dos copeiros se esqueceu de José por DOIS ANOS. José poderia ter ficado revoltado, amargurado, ou ainda, desenvolvido a síndrome do Coitadismo, e tomado decisões baseadas na sua revolta, amargura ou vitimismo. Mas, não!

José nos ensina que para superar as injustiças da Vida é preciso DEPENDER de Deus!
Após todo aquele tempo esquecido na prisão, quando o Faraó lhe chama para que interpretasse seu sonho, José abre a boca e expressa o que tem em seu coração:

O faraó disse a José: “Tive um sonho que ninguém consegue interpretar. 
Mas ouvi falar que você, ao ouvir um sonho, é capaz de interpretá-lo”. 
Respondeu-lhe José: “Isso não depende de mim, 
mas Deus dará ao faraó uma resposta favorável”.
Gênesis 41.15-16 


4 – LIBERE PERDÃO. IMITE A DEUS!


Nesse ponto da nossa reflexão está claro e evidente que José experimentou não apenas uma, mas, várias situações de injustiça que o levaram ao abandono, à escravidão e à prisão. Contudo, Deus é aquele que transforma maldições em bênçãos! O sonhador, o traidor, o esquecido, agora é feito CHEFE SOBRE TODA A CASA DE FARAÓ, GOVERNADOR DO EGITO! Sua sorte foi mudada! Ouça o que disse Faraó a José:

Então o faraó disse a José: “Uma vez que Deus lhe revelou o significado dos sonhos, é evidente que não há ninguém tão inteligente ou sábio quanto você. Ficará encarregado de minha corte, e todo o meu povo obedecerá às suas ordens. Apenas eu, que ocupo o trono, terei uma posição superior à sua”. E acrescentou: “Eu o coloco oficialmente no comando de toda a terra do Egito”. Então o faraó tirou do dedo o seu anel com o selo real e o pôs no dedo de José. Mandou vesti-lo com roupas de linho fino e pôs uma corrente de ouro em seu pescoço. Também o fez andar na carruagem reservada para quem era o segundo no poder, e, por onde José passava, gritava-se a ordem: “Ajoelhem-se!”. Assim, o faraó colocou José no comando de todo o Egito e lhe disse: “Eu sou o faraó, mas ninguém levantará a mão ou o pé em toda a terra do Egito sem a sua permissão”.
Gênesis 41.39-44 

A história, a partir daqui, poderia ser de vingança! Tudo quanto José havia interpretado do sonho de Faraó estava acontecendo e seus irmãos, que o odiavam e o venderam, agora estavam diante dele, pedindo favor e totalmente vulneráveis!

Contudo, José nos ensina que para superar as injustiças da vida é preciso PERDOAR por reconhecer que Deus é soberano, perdoador e abençoador dos que o buscam e o temem!
A Bíblia narra que ao revelar sua identidade aos seus irmãos, José afirmou:

Agora, não fiquem aflitos ou furiosos uns com os outros por terem me vendido para cá.
Foi Deus quem me enviou adiante de vocês para lhes preservar a vida.
Deus me enviou adiante para salvar a vida de vocês e de suas famílias, e para salvar muitas vidas. 
Portanto, foi Deus quem me mandou para cá, e não vocês!
Gênesis 45.5,7-8a 

O Senhor Jesus também traído, preso, condenado e morto injustamente, quando perguntado sobre “quantas vezes devo perdoar alguém que peca contra mim? Sete vezes?”, respondeu: “Não sete vezes, mas, setenta vezes sete”. Mateus 18.22


5 – ABRA MÃO DO CONTROLE. ENTREGUE PARA DEUS!


Por fim, há ainda uma lição a ser aprendida com a História de José. Porém, ela é protagonizada não por José, mas, por seu pai, Jacó, batizado pelo Anjo do Senhor como Israel.

No final do capítulo 45 lemos que os irmãos de José retornam à terra de Canaã e contam a Jacó tudo o que havia acontecido. Eles lhe disseram: “José ainda vive e é governador de toda a terra do Egito”. Porém, no primeiro momento, ele não lhes deu crédito. E mesmo depois de acreditar, sua motivação não parecia ser de todo correta: “irei e o verei antes que eu morra”.

Depois de tanto tempo, tantas adversidades, tanto sofrimento... às vezes nos comportamos assim também. Já sofremos tanto, já fomos injustiçados tantas vezes, carregamos tantas cicatrizes, mágoas e tristezas que nosso coração fica como sem palpitar, como o de Jacó. Mesmo diante de boas novas!

O pai de José já era um homem avançado em idade, o chefe da família e a autoridade máxima do clã! Sua palavra não seria contestada facilmente! Mas, ele abre mão do controle, olha ao seu redor e enxerga as evidências da manifestação de Deus!

Jacó partiu para o Egito com todos os seus bens. Quando chegou a Berseba, 
ofereceu sacrifícios ao Deus de Isaque, seu pai. Durante a noite, Deus lhe falou numa visão.
“Jacó! Jacó!”, chamou ele. “Aqui estou!”, respondeu Jacó.
“Eu sou Deus, o Deus de seu pai”, disse a voz. “Não tenha medo de descer ao Egito, 
pois lá farei de sua família uma grande nação. Descerei com você ao Egito e 
certamente o trarei de volta. E José estará ao seu lado quando você morrer.”
Gênesis 46.1-4 

Jacó nos ensina que para superarmos as injustiças da vida precisamos ABRIR MÃO do controle e ENTREGARMOS tudo para Deus.

DEUS TE AMA E TEM UM 
PROPÓSITO MARAVILHOSO NA SUA VIDA! 


Deus tem a PRESENÇA d’Ele para nós. 
Ele está ao nosso lado e nos quer ao lado d’Ele!

Deus tem o CUIDADO d’Ele para nós. 
Ele se preocupa e quer nos ajudar!

Deus tem seu PODER para transformar injustiças em vitórias na nossa vida. 
Ele quer reger a nossa história!

Deus tem PROPÓSITOS e PLANOS perfeitos para nós. 
Ele deseja ser soberano na nossa vida!


DEUS NOS ABENÇOE!

04 julho 2020

"Eu não sou Missionário!"

“Ele nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos confiou o ministério da reconciliação. 
Pois, Deus estava em Cristo reconciliando consigo mesmo TODAS AS COISAS (...)
e nos encarregou da mensagem da reconciliação”.

2ª Coríntios 5:18-19 

Pr. Vinícius Zulato - A missão de Deus (24/07/2016) - YouTube


Ao longo desses anos de ministério compartilhando os desafios dos povos não alcançados, os ensinamentos bíblicos que fundamentam missões como estilo de vida da Igreja e mobilizando discípulos de Cristo para se engajarem na obra missionária, seja do outro lado da rua ao outro lado do Mundo, normalmente ouvimos a frase: "eu não sou missionário".

Há alguns anos fui buscar nas Escrituras uma mensagem que pudesse, ao mesmo tempo, esclarecer e ampliar a visão quanto ao que significar ser missionário, como apresentar o tema principal e maior que engloba essa questão, e assim, desmistificar de uma vez por todas essa ideia que "eu não sou missionário" e por isso, não me envolvo com Missões.

Espero que você ouça Deus e decida obedecê-lo por quem Ele é, fez e nos chamou para ser e fazer!

INTRODUÇÃO

Compreender o significado de ser missionário implica perceber que o tema central não está em nós e nem na nossa busca para descobrir qual é ou não nossa vocação e lugar no Reino de Deus. Não há dúvidas que essa é uma questão importante, mas, não compreenderemos nosso propósito sem antes entendermos que tudo diz respeito a Deus. "Porque d'Ele, por Ele e para Ele são todas as coisas" (Romanos 11.36).

Nós não somos o centro do Universo! Deus é! "Pois nele foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele" (Colossences 1.16).

Quando pensamos em missões, precisamos lembrar o que afirmam os autores do livro História do Movimento Missionário¹: “a missão é a atividade de Deus no mundo. Deus é o protagonista da missão”. De maneira que o primeiro aspecto da nossa reflexão precisa ser a Missão de Deus no Mundo, e assim, entendermos, como bem disse David Bosch: "o nosso Deus é um Deus missionário".

I. DEUS ESTÁ EM MISSÃO!
  • D’Ele é a terra e o mundo! Salmo 24.1
  • Ele é o regente da História! Salmo 47.8 e Ap. 21.5
  • Ele toma a iniciativa desde o início! Gn 3:15
  • Ele está trabalhando até agora! João 5.17
  • Ele nos reconciliou, nos escolheu, salvou! João 15.16
  • O nosso Deus é um Deus missionário! – David Bosch
II. QUAL É A MISSÃO DE DEUS?

Tanto aqui no nosso texto base (2ª Coríntios 5.18-19), quanto no de Colossenses 1.19-20, a missão de Deus é transcrita como a reconciliação de todas as coisas consigo mesmo! Como vimos, desde o primeiro momento pós queda, Deus toma a iniciativa de estabelecer um plano para redimir, reconciliar, tudo quando o pecado corrompeu. Esse plano foi reduzido ao longo da história recente da Igreja para um plano de salvação das almas dos homens. Contudo, ao nos debruçarmos sobre as evidências bíblicas desde o Gênesis até o Apocalipse é impossível não percebermos que a dimensão do plano de Deus é do tamanho da abrangência do pecado, que por sua vez, aponta para a dimensão da criação. Logo, fica evidente que a missão de Deus, de reconciliar consigo mesmo todas as coisas, conforme revelada nas Escrituras, aponta para um plano, sim, mas, um Plano de Redenção de toda a Criação, o que inclui, mas, não se restringe, à alma e ao ser humano.

O que são todas as coisas?
Landa Cope, autora do livro O modelo social do Antigo Testamento, nos ajuda a responder essa questão aparentemente óbvia, mas, que precisa ser explicada para não cair no limbo do achismo e da espiritualidade metafísica. Ela propõe 7 esferas da sociedade onde exercemos nossa influência: a família, a igreja, o governo, as empresas (a economia, os negócios), as artes, os meios de comunicação e a academia (educação). Ela escreve o seguinte:

Há 7 instituições consideradas pilares da sociedade: a família, a igreja, o governo, as empresas (a economia, os negócios), as artes, os meios de comunicação e a academia (educação). 

Cada pilar ou instituição contribui para o caráter e a estabilidade (ou instabilidade) de uma sociedade. 

A saúde da família e do casamento, e a reverência para com eles, são críticos para o caráter de uma sociedade, como comprovamos diariamente em nossa cultura decadente. 

A igreja como Sal e Luz (mt5:13-16), deve apoiar, influenciar e impactar a sociedade proclamando a verdade de Deus e exibindo o caráter divino, tanto para crente como para não crentes. 

O governo é instituído para influenciar e controlar a dispensasão de justiça nas interações humanas. 

As empresas são os instrumentos para criação de riquezas e, portanto, provêem o motor econômico para os outros pilares. 

As artes expressam a natureza criativa e celebrativa da humanidade, assim como a recebemos do nosso Deus Criador, tanto influenciando como refletindo a sociedade em geral. 

A mídia englobam os meios de comunicação, eletrônicos e impressos, os quais exercem uma clara influência em qualquer sociedade. 

A academia, educação da próxima geração, é pilar último e exerce uma profunda influência nos valores e comportamentos de uma sociedade. 

Cada um desses pilares estão relacionados uns com os outros e juntos são a expressão completa da cultura que deve refletir a realidade do Reino de Deus. 

Ser influencia e poder de alguma forma tocar essas áreas trazendo a realidade do céu para terra é o [nosso] desafio.

Lembremos: o plano é redimir toda a criação e não apenas da alma humana!
  • A Bíblia não começa em Gênesis 3.
  • A Bíblia não termina em Apocalipse 20.
  • É mais que salvação da alma!
  • Evangelho apenas de salvação é reducionista!
  • Garantia apenas de vida depois do túmulo é miopia!
  • Centralidade na alma humana é idolatria!

III. A MENSAGEM É O EVANGELHO DO REINO!

A chave hermenêutica para a compreensão do Evangelho é o Reino de Deus, a principal mensagem dos profetas, de Cristo e dos Apóstolos.
  • Mateus 3.1-2: "Naqueles dias, surgiu João Batista, pregando no deserto da Judeia. Ele dizia: “Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo”".
  • Mateus 4.17: "Daí em diante Jesus começou a pregar: “Arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo”".
  • Mateus 10.7: “indo, preguem dizendo: é chegado o Reino do Céu”.
  • Oração Modelo: (Mateus 6:10)
    • Venha a nós o teu Reino!
    • Seja feita a tua vontade nesta terra assim como é feita nos céus!

IV. O MINISTÉRIO É A SINALIZAÇÃO DESTE REINO ATÉ QUE ELE VENHA!
  • Para que creiam que a mensagem é verdadeira e veio de Deus: “curai os enfermos, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios”. Mateus 10.8
  • Para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem ao Pai que está nos céus! Mateus 5:16
  • Filhinhos, não amemos de palavra nem de boca, mas em ação e em verdade! 1ª João 3:18
  • Fé sem obras é morta! Tiago 2:17-18
O REINO DE DEUS É SEMELHANTE A UM HOMEM QUE... 
  • A parábola dos talentos... Mateus 25:14-30.
    • Vocações valorizadas na terra, enquanto o Senhor não volta!
    • Habilidades empreendidas na terra, enquanto o Senhor não volta!

V. ESTAMOS COM DEUS EM MISSÃO?
  • Somos cooperadores com Deus! 2ª Cor. 6.1
  • Ele nos confiou o ministério da reconciliação de todas as coisas com Ele, e não apenas da alma humana;
  • Ele nos encarregou da mensagem da reconciliação de todas as coisas, e não apenas do discurso de vida após o túmulo!
  • Somos os agentes do Reino de Deus, pois, onde chegamos (aplique isso à sua vocação e onde você ocupa na sociedade!): Romanos 14:17-19.
    • Promovemos a paz! (indivíduos, família, comunidade)
    • Promovemos a justiça! (indivíduos, família, comunidade)
    • Promovemos a alegria que vem do Espírito! (indivíduos, família, comunidade)
    • Promovemos o desenvolvimento mútuo! (indivíduos, família, comunidade)

VI. NÃO SOU MISSIONÁRIO?!
  • Efésios 4.11: “ele mesmo concedeu UNS para apóstolos...”
    • Não são todos missionários! Enviados com uma missão... “sai da sua terra, do meio da sua parentela, e vai pra uma terra que eu te mostrarei”! ... são alguns, não todos!
    • Missionários existem para cumprir Efésios 4.12-14.
  • Não sou missionário pode até ser verdade! Mas, TODOS DEVEMOS SER MISSIONAIS!

MISSIONÁRIO: Ser missionário... 
  • É Dom! 
  • É chamado específico! 
  • É ser habilitado para transpor fronteiras na sinalização do Reino de Deus! 

MISSIONAL: Estar com Deus em Missão... 
  • É mandamento! 
  • É chamado universal! 
  • É ser habilitado para sinalizar o Reino de Deus independente das fronteiras! 

CONCLUSÃO

Deus nos encarregou do ministério da reconciliação!
  • Precisamos nos fazer algumas perguntas:
    • Por que não somos trasladados imediatamente aos céus após nossa conversão?
    • Por que ao sairmos do templo (onde estamos juntos), não vamos todos para o mesmo lugar e permanecemos juntos?
    • Por que ocupamos lugares e desempenhamos funções e papéis na sociedade humana e na criação se já não somos mais deste mundo, e ele jaz no Maligno?
  • Precisamos encontrar as respostas bíblicas a estas perguntas!
    • Não estamos neste mundo a passeio. Temos uma missão!
    • Deus nos chamou para orarmos e vigiarmos, iluminarmos e salgarmos! Se não invadirmos a sociedade com a luz, as trevas são o resultado inevitável!
    • Deus nos comissionou para irmos, fazermos discípulos seus EM TODAS AS NAÇÕES!
      • Não se faz discípulos de Jesus no céu, mas, na terra!
      • Não se faz discípulos de Jesus após o túmulo, mas, neste tempo que se chama hoje!
    • Deus nos confiou o ministério da reconciliação de todas as coisas criadas!
      • Precisa ser o Evangelho todo!
      • Precisa ser para a Criação toda!
      • Precisa ser para todas as criaturas!
      • Precisa ser em todos os lugares!
      • Precisa ser em todo o tempo!

Não sou missionário pode ser verdade! 
Mas, TODOS DEVEMOS SER MISSIONAIS! 

Que o Reino venha nesta Nação! 
Que o Reino venha para a nossa Nação! 
Que o Reino venha sobre todas as Nações! 
Que sejamos nós os agentes do Reino nesta Nação! 
Que sejamos nós os agentes do Reino na nossa Nação! 
Que sejamos nós os agentes do Reino para todas as Nações! 


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NOTAS e REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

¹ GONZÁLEZ, Justo L. e ORLANDI, Carlos Cardoza. História do Movimento Missionário. 1ª Edição. São Paulo: Editora Hagnos, 2008.

² BOSCH, David J. Missão Transformadora: mudanças de paradigmas na teologia da Missão. 2ª Edição. São Leopoldo/RS: Editora Sinodal, 2007.

29 junho 2020

IGREJA REINO DE DEUS: porque ser igreja é ser agência do Reino de Deus!

“Indagado pelos fariseus sobre quando viria o Reino de Deus, Jesus lhes respondeu: O Reino de Deus não vem com visível aparência. Nem dirão: Ele está aqui! Ou: Lá está ele! Porque o Reino de Deus está entre vocês”. 
Lucas 17.20-21 







INTRODUÇÃO

- Nesses dias onde os templos foram fechados, os eventos públicos cancelados, e as atividades presenciais impedidas, tornou-se evidente o entendimento de uma grande parte dos cristãos sobre o que é a Igreja;

- Para muitos: as igrejas estão fechadas e, por isso, precisam realizar seus cultos e encontros online! Mas, “não vemos a hora da Igreja abrir e podermos voltar novamente a cultuar com nossos irmãos”!

- Em uma pesquisa recente, os entrevistados foram perguntados sobre qual o primeiro lugar para onde iriam tão logo acabasse o isolamento social, e a resposta da maioria foi: para a Igreja!

- Para que nossa reflexão aqui seja clara e nos permita entender e aplicar as verdades bíblicas, é preciso resgatar dois princípios básicos sobre o que a Bíblia ensina quanto ao SERMOS IGREJA:



1º) IGREJA SÃO PESSOAS E NÃO O PRÉDIO!

"Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome ali eu também estarei".

"Porque, embora sejamos muitos membros, somos um só corpo em Cristo".

"Cumprimentem Áquila e Priscila, e à Igreja que se reúne em sua casa".

“E não deixemos de nos reunir, como fazem alguns, mas, encorajemo-nos mutuamente, sobretudo agora que o dia está próximo”. Hebreus 10.25

- A Igreja é um organismo vivo, em constante movimento, formada por pessoas transformadas pelo Evangelho cujas vidas são instrumentos d'Ele no cumprimento da Sua Missão.

- Igreja não é algo do tipo fastfood espiritual onde vamos sempre que precisamos de um alimento ou bebida para a alma.

IGREJA NÃO É ONDE VAMOS, MAS, QUEM SOMOS!!! 


2º) A IGREJA NÃO É UMA PRESTADORA DE SERVIÇO RELIGIOSO.

"Assim como o Pai me enviou, eu envio vocês".

“Não foram vocês que me escolheram; pelo contrário, eu os escolhi e
os designei para que vão e deem fruto, e o fruto de vocês permaneça,
a fim de que tudo o que pedirem ao Pai em meu nome, ele lhes conceda”.

“Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamar as virtudes
daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz”.

“Ora, tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não levando em conta os pecados dos seres humanos e nos confiando a palavra da reconciliação. Portanto, somos embaixadores em nome de Cristo,
como se Deus exortasse por meio de nós”.

VERDADES BÍBLICAS SOBRE QUEM É A IGREJA

- Igreja não é algo do tipo posto de combustível espiritual onde vamos semanalmente para reabastecer o tanque para gastarmos ao longo dos dias da semana. Imagina como deve ter ficado o tanque de alguns por causa dessa Pandemia, hein?

- Partindo desse primeiro princípio bíblico (Igreja são pessoas!), podemos aprofundar a reflexão e entendermos que:

- Adoração não é aquele momento de cânticos conduzido por uma equipe de música durante a programação dos cultos no templo, mas, um estilo de vida que adora a Deus em espírito e em verdade (João 4.23-24). Aquilo é bom, mas, adorar é essencial!

- Culto não é uma programação litúrgica conduzida por um dirigente, com a participação de alguns escolhidos, e assistido pela congregação, mas, é a entrega de vida em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus todos os dias, em todos os lugares (Romanos 12.1-2). Aquilo é importante, mas, cultuar é essencial!

- Jejum não é ficar sem comer em nome da fé, mas, dedicar-se à prática da justiça (Isaías 58.3-12). Aquilo pode ser pedagógico, mas, jejuar é essencial.

- Louvor não são músicas cantadas num templo, mas, o fruto dos lábios que confessam a Jesus na vida. Hebreus 13.15

- Piedade não é um estilo de vestimenta ou mesmo de entonação da voz, mas, a intimidade com Deus evidenciada em atos santos de quem vive em novidade de vida (Mateus 6.6).

- Amor ao próximo não é caridade, mas, fazer-se próximo do caído, impulsionado, sim, pela compaixão, mas, envolvendo-se com o outro guiado em sabedoria dada pelo Espírito (Lucas 10.25-37).

- Ser igreja não é prestar serviços religiosos de oração, leitura da bíblia, cultos e outros tipos de eventos e programas, mas, ser sal da terra que só serve se salgar; ser luz do mundo, que só serve se iluminar; ser amor que só existe se for de fato e de verdade.

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Essas duas verdades devem nos fazer refletir quanto à nossa identidade como IGREJA:

- Parecer mais com Jesus precisa ser o foco principal, a busca; a tradição, o histórico, o currículo, a experiência, e tudo mais que é humano, carnal e temporário devem ser filtrados, e se preciso for, cravados na Cruz de Cristo.

- Investir em pessoas deve ser a prioridade: o templo, o prédio, as estruturas institucionais, e tudo mais que não levaremos para a eternidade tem que vir depois! E isso, tanto a nível institucional como pessoal e familiar.

Mas, a proposta aqui é refletirmos sobre Ser Igreja Reino de Deus, o que implica em também pensar e pontuar quanto a esse reino, falado por muitos, porém, desconhecido da maioria.


VERDADES TEOLÓGICAS SOBRE REINO DE DEUS

Há algumas verdades teológicas sobre o Reino de Deus fundamentais que precisamos aprender ou reforçar:

· O RD é a mensagem central do ministério de João Batista, de Jesus, e dos Apóstolos.

- Mateus 3.2; 4.17; 10.7.

· O RD não é desse mundo.

- "Disse Jesus: o meu Reino não é desse mundo!"

- João 18.36

· O RD é manifesto no mundo com poder e não com palavra.

- 1ª Coríntios 4.20

- Mateus 10.7-8

· O RD se apresenta na dialética: agora e ainda não.

- Mateus 10.5-8; 12.28

- Mateus 25.31-33

· O RD não é comida nem bebida, mas, paz, justiça, alegria no Espírito e edificação mútua.

- Rm 14.17-19

· O RD é inclusivo, porém, exigente.

- Mateus 11.25-30; 21.43; Lucas 9.62; Mateus 7.21


IGREJA REINO DE DEUS

Posto os fundamentos, podemos pensar em algumas características dessa IGREJA REINO DE DEUS:

1) Igreja REINO DE DEUS é transitória, peregrina, em movimento, porém, com rota e destino definidos!

- "Sou forasteiro aqui, em terra estranha estou, do Reino lá dos céus, Embaixador eu sou".

- Em movimento, ou seja, em Missão, não há nem tempo, nem espaço para outras ações e pensamentos que não A MISSÃO e tudo que diz respeito a ela.

- Sejamos igreja peregrina, sim, mas, focados exclusivamente na Missão!


2) Igreja REINO DE DEUS é atuante no Hoje, motivada pelo Ontem, certa do Amanhã.

- O campo é o mundo, e a boa semente são os filhos do Reino - disse Jesus! Este campo está branco, pronto para a ceifa, e ainda, quem não põe a mão no arado não está apto para esse Reino.

- Os evangélicos dos tempos de Jesus foram repreendidos por ele porque não produziam os frutos do Reino, e por isso lhes disse que este Reino seria dado a um outro povo que frutificaria.

- As bandeiras da PAZ, da JUSTIÇA, da ALEGRIA, do DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO, são bandeiras do Reino, e a Igreja é quem deve fazê-las tremular onde estiver.


3) Igreja REINO DE DEUS é porta-voz e testemunha viva do Evangelho do Rei.

- A boca fala do que está cheio o coração.

- Precisamos alinhar nosso discurso de transformação de vidas, com nossa vida transformada;

- Precisamos alinhar nossas crenças no poder de Deus, nos dons do Espírito, na verdade das Escrituras, com uma vida marcada por atos do poder de Deus, pelo fruto do Espírito, pela obediência visível da Palavra.

- Somos agência do Reino, e não uma prestadora de serviços religiosos. Disto o mundo está cheio - no duplo sentido.


4) Igreja REINO DE DEUS busca, se preocupa, investe e discipula pessoas.

- É mais que apenas anunciar; é se envolver!

- É mais que conquistar almas, é o Evangelho todo, para o Homem todo, para todo Homem, em todos os lugares.

- É além das 4 Leis Espirituais; é até que se torne espiritual.

- Precisamos priorizar o Reino, sem esquecer que antes, é preciso arrepender-se, fazer meia volta-volver, buscar e andar segundo os propósitos daquele que nos chamou das trevas para sua maravilhosa luz!

- Precisamos fazer discípulos do Mestre porque SOMOS DISCÍPULOS DELE.


CONCLUSÃO

- A Pandemia vai passar e as lições precisar ser aprendidas;

- Que as comunidades onde estamos inseridos sintam nossa falta como alguém que está no apagão e deseja que a luz volte logo! Não porque o templo está fechado, mas, porque o convívio social está limitado.

- Que paremos uma vez por todas de almejar ir à Igreja porque já somos ela com e sem pandemia, com e sem templo, com e sem tecnologias digitais.

- Que o Evangelho do Reino seja nossa mensagem principal, e os sinais e as marcas desse reino visíveis em nós e através de nós!


DEUS NOS ABENÇOE!

20 junho 2020

Somos Cooperadores do Reino

“Portanto, nós, como companheiros de trabalho no serviço de Deus, 
pedimos o seguinte: não deixem que fique sem proveito a graça de Deus, 
a qual vocês receberam”. 

2ª Coríntios 6:1 





INTRODUÇÃO 

O que é Cooperação?

Certamente não é, como alguns erroneamente dizem: “nossa parte” no tocante à Salvação. Esta é exclusiva da Graça Divina, em nada necessitando de nossa “cooperação”. Já em 1689, nos diz a Confissão de Fé Batista: 

O Espírito graciosamente leva o pecador eleito a cooperar, a crer, a arrepender-se, a vir livre e voluntariamente a Cristo. 

A Cooperação proposta pelo texto bíblico, e da qual tratam nossos princípios e essa reflexão, diz respeito não ao ato da salvação ou para a salvação, mas ao processo oriundo e contínuo resultante da salvação, ou seja, a santificação e o aperfeiçoamento dos Santos. É sobre o que desenvolvemos enquanto somos salvos, dia-a-dia, na expectativa iminência da volta de Cristo! 

Cooperação pode ser entendida por operar com! Isto nos leva a pensar em partilha no ônus e não apenas nos bônus; sobre distribuir o peso do piano enquanto o carregamos e é tocado, ao invés de fazê-lo só; assim, somos desafiados pela compreensão da palavra que nos desafia à Obra, porém, unidos com os outros que, de igual modo, tem o mesmo propósito de vida. 

Ao longo da História o princípio da Cooperação é uma marca distintiva dos cristãos, especialmente entre os Batistas! 

Encontramos escrito no preâmbulo da nossa Declaração Doutrinária: 

Caracterizam-se também os batistas pela intensa e ativa cooperação entre suas igrejas. Não havendo nenhum poder que possa constranger a igreja local, a não ser a vontade de Deus, manifestada através de se Santo Espírito, os batistas, baseados nesse princípio da cooperação voluntária das igrejas, realizam uma obra geral de missões, de evangelização, de educação teológica, religiosa e secular, de ação social e de beneficência. Para a execução desses fins, organizam associações regionais e convenções estaduais e nacionais, não tendo estas, no entanto, autoridade sobre as igrejas; devendo suas resoluções ser entendidas como sugestões ou apelos.

E diz ainda, no capítulo VIII – Sobre a Igreja: 

As igrejas devem relacionar-se com as demais igrejas da mesma fé e ordem e cooperar, voluntariamente, nas atividades do reino de Deus. 


I) DIFERENTES NÍVEIS DE COOPERAÇÃO NO REINO. 

1º) Nível Pessoal – Indivíduo para Indivíduo. Ex: Bom Samaritano! 

2º) Nível Familiar – Círculo de Intimidade. Ex: Marta, Maria e Lázaro! 

3º) Nível Eclesiástico – Igreja Local. Ex: Instituição dos diáconos 

4º) Nível Comunitário – Mesma Fé e Causa. Ex: Igrejas da Macedônia 


II) PRINCÍPIOS INEGOCIÁVEIS QUANDO SE TRATA DE COOPERAÇÃO. 

1) Fomos feitos em Cristo para Cooperar! 

2) A Cooperação deve ser evidenciada em todos os seus níveis! 

3) A maturidade cristã deve nos levar ao aprofundamento em todos os níveis de Cooperação! 


III) PERIGOS QUANDO DEIXAMOS DE COOPERAR. 

1) Nos distanciamos do propósito de Deus para nossas vidas! 

a. “Não é bom que o homem esteja só!”. 

b. “Fazei discípulos de todas as nações!”. 

c. “Estavam sempre juntos e tinham tudo em comum”. 


2) Deixamos de focar o mais importante! 

a. Deixamos de prosseguir olhando firmemente para o alvo! 

b. Invertemos as prioridades do Reino! 

c. Trocamos os valores do Reino! 


3) Nos tornamos vulneráveis e suscetíveis às ciladas diabólicas disfarçadas! 

a. Em movimentos tabajaras! 

b. Na manutenção dos ‘poderes’ deste mundo! 

c. Na omissão (silêncio) dos ‘bons’! 


4) Nos isolamos uns dos outros! 

a. Transformamos Autonomia em Independência! 

b. Quando muito, inchamos! 

c. Na pior seguiremos no curso do mundo: antes só do que mal acompanhado! 


IV) BENEFÍCIOS DA COOPERAÇÃO. 

1) Experimentamos realização plena do porque existimos! 

a. Vemos a Glória de Deus! (Estevão) 

b. Somos bênção a todas as pessoas! (Abraão) 

c. Temos a certeza empírica do amor de Deus! (Jó) 


2) Somamos para saúde do Corpo todo, inclusive da nossa! 

a. Exalamos vitalidade, disposição, ânimo! (Isaías 40) 

b. Experimentamos qualidade de vida! (Atos 2,4) 

c. Participamos do nosso crescimento! (Efésios 4:15) 


3) Nos mantemos dentro da vontade de Deus para nossas vidas! 


4) Nos aproximamos uns dos outros ao ponto de tornarmo-nos cada vez mais fortes. 


PIQUENIQUE DAS TARTARUGAS 

Uma família de tartarugas decidiu sair para um piquenique. 

As tartarugas, sendo naturalmente lentas, levaram sete anos para se prepararem para seu passeio. 

Finalmente a família de tartarugas saiu de casa para procurar um lugar apropriado. Durante o segundo ano da viagem encontraram um lugar ideal! 

Por aproximadamente seis meses limparam a área, desembalaram a cesta de piquenique e terminaram os arranjos. Então descobriram que tinham esquecido o sal. Um piquenique sem sal seria um desastre, todas concordaram. 

Após uma longa discussão, a tartaruga mais nova foi escolhida para voltar em casa e pegar o sal, pois era a mais rápida das tartarugas. A pequena tartaruga lamentou, chorou, e esperneou. Concordou em ir, mas com uma condição: que ninguém comeria até que ela retornasse. A família consentiu e a pequena tartaruga saiu. 

Três anos se passaram e a pequena tartaruga não tinha retornado. Cinco anos... Seis anos... Então, no sétimo ano de sua ausência, a tartaruga mais velha não agüentava mais conter sua fome. Anunciou que ia comer e começou a desembalar um sanduíche. Nesta hora, a pequena tartaruga saiu de trás de uma árvore e gritou: 

- Viu! Eu sabia que vocês não iam me esperar. Agora que eu não vou mesmo buscar o sal. 



CONCLUSÃO 

Ressalvados os exageros, às vezes nos comportamos exatamente assim. Ao invés de fazermos diferença, sermos relevantes, proativos, apontarmos soluções, colaborarmos com os resultados, preferimos permanecer no anonimato, cheios de desconfiança, medo e incredulidade, e ainda, achamos que estamos cobertos de razão! 

Somos chamados a cooperar com Deus! Não que Ele precise ou dependa de nós ou de nossa ajuda. Mas, como um convite intencional daquele que está em Missão, trabalhando até agora, reconciliando consigo mesmo todas as coisas e nos escolheu, nos chamou, nos vocacionou para participar com ele da obra de redenção! 

Quem você é no Reino: um cooperador ou uma tartaruga?

(Mensagem inicialmente compartilhada na Fundação da Associação Oeste da Convenção Batista do Planalto Central e posteriormente adaptada).

13 junho 2020

A MENSAGEM DE MATEUS 24.14

Meu desejo em compartilhar essa mensagem com você é para que a verdade que me saltou aos olhos quanto à urgência, atualidade e seriedade do mandato missionário contidas nesse texto bíblico e os que se seguem a partir dele, de alguma forma contribua para ampliar sua visão, fundamentar suas ideias e impulsionar suas ações.

Normalmente quando preguei essa mensagem a iniciava desafiando cada ouvinte com a frase:
JUNTOS ATÉ O FIM!

Esse é o meu desejo e desafio pra você!




06 junho 2020

Martírio Cristão: mexendo com os alicerces da fé!

ΠΡΑΞΕΙΣ ΑΠΟΣΤΟΛΩΝ 1:8)


Não são muitos os textos bíblicos que tratam sobre o martírio de cristãos. É a tradição quem melhor preserva muitas das histórias uma vez que vários deles foram os próprios escritores do NT. Pensando aqui me recordo de João Batista, Jesus, Estêvão e a citação da galeria da fé em Hebreus 11:35-38 (muito embora a referência aqui é possivelmente aos fiéis do AT, com alguma possibilidade de inclusão já dos cristãos que sofriam o início da perseguição que se seguiu após Estêvão). No entanto, são incontestáveis as narrativas do calvário de Jesus e do martírio de Estêvão!

Ao longo da história da Igreja não são poucos os relatos preservados em tinta e papel. Mas, foi nas duas décadas passadas que passamos a assistir a perseguição aos cristãos protagonizados por grupos radicais como o autodenominado Estado Islâmico (EI) e o Boko Ahram. Me recordo de ter lido uma matéria sobre filhos de cristãos enjaulados e ameaçados de serem queimados vivos e publicado em minhas redes sociais uma coletânea de textos bíblicos com palavras de Jesus e Paulo onde o ensino, diante desse contexto, é de armar-se de amor! Me lembro também de ter assistido ao martírio de alguns dos nossos irmãos na fé que estavam presos, foram torturados e mortos por integrantes do EI. Cenas fortes. Impactantes! Após um tempo de silêncio, lágrimas, e oração não saiu da minha memória a via dolorosa do Senhor, e o apedrejamento de Estêvão. E, ao menos, uma similaridade com os mártires da última hora: "como ovelha muda..." - Isaías 53:7-8, citado por Lucas em Atos 8:32-33. E uma questão: o que os fez agir assim diante da morte?

Cheguei a algumas respostas, mas antes, gostaria de lhe sugerir reler estas passagens bíblicas, (se tiver coragem, assistir aos videos) e buscar, rebuscar e aprofundar suas próprias respostas. Para mim, essa é a âncora, deles e também nossa: Hebreus 12.1-3!

Nas narrativas bíblicas, nas histórias preservadas pela tradição, ou ainda, nos relatos contemporâneos, alguns fatos me parecem comuns:
  • A morte para o cristão não é o fim e a experiência do martírio não só não rouba essa certeza, como parece confortar e dar segurança pela via dolorosa;
  • A comunidade cristã é abalada emocionalmente, sofre, chora, sente a perda, entra em choque pela forma, mas, ainda que perseguida e espalhada, sua fé não só é fortalecida, como tem sua proclamação impulsionada, alastrando-se por onde passam, alcançando e gerando mais vida;
  • O martírio cristão não produz desejo de vingança! Não apenas pelo ensino bíblico de que "a vingança pertence ao Senhor" (Romanos 12.19 e Hebreus 10.30), mas principalmente porque o sofrimento e a morte por causa do Evangelho são entendidos como o auge da identificação do discípulo com o Mestre, produzindo contentamento e ampliando a certeza de se estar no Caminho!

"E vocês serão minhas testemunhas [mártires] tanto em Jerusalém, como na Judeia, Samaria e até os confins da terra!"
Atos 1:8

O empoderamento realizado pelo Espírito torna os seguidores de Jesus aptos a darem suas vidas por Cristo, seja do outro lado da rua ao outro lado do Mundo. É bem verdade que a atual situação de Pandemia não se caracteriza em perseguição, e as perdas sofridas não o são por causa de Cristo, mas, o enfrentamento à morte, sem dúvida alguma, mexe com os alicerces da fé talvez tanto quanto o próprio martírio! E essa similaridade vivenciada "pelo vale da sombra da morte" nos permite analisar a maneira que o ensino bíblico e a tradição cristã tratam o tema da morte, e assim, aplicar aos nossos dias as verdades que respondem, acalentam, consolam, fortalecem, enchem de coragem, contentamento e ânimo em meio à perda, à injustiça e ao caos.

Como você tem lidado com a realidade da morte, seja a iminência da nossa ou a fatalidade dos nossos?

Aos colegas pastores, fica a sugestão de tema, texto e video-ilustração!
Que o Senhor nos encontre fiéis e sinceros até o fim.